Sempre em que estamos na rua, acabamos sendo o centro das atenções – um jovem, 27 anos, com duas crianças pequenas, com 1 ano de diferença e todos as achando lindas. Porém, me entristeço ao pensar que justamente é algo raro: um pai e seus filhos, ainda mais um jovem.
Os filhos nos descentralizam, nos tiram de nós mesmos, dão trabalho, e isso as pessoas não querem. Muitos pensam que irão “perder” as suas vidas quando os filhos chegam, por isso não os têm ou deixam para quando tiverem a vida resolvida e as crianças caberem no orçamento.
De fato, dormir à noite, conseguir momentos para descansar, ir aonde gostaria, assistir aquele filme/série ou até ficar sem fazer nada, não são uma opção. E sim, muitas trocas de fralda, choros, roupas sujas, casa continuamente a ser organizada.
A paternidade me transformou j552a
Eles mudam nossas vidas, nossas rotinas, pensamentos, o que valorizamos. Mas, vamos aprendendo a nos adaptar e eles também aprendem a se adaptar as nós, porque, afinal, pais também são gente, e as crianças, não devem ser os reizinhos e rainhazinhas da casa, e sim, pessoinhas que necessitam do nosso cuidado, atenção, que precisam ser educadas com firmeza e muito amor, para se tornarem boas pessoas e, se Deus quiser, santas.
Eu e minha esposa nos revezamos em quase tudo, geralmente cuido da mais velha, nos mamares noturnos, trocas de fralda, dar comida e em algumas partes do dia ela fica comigo no meu escritório em casa, uma das vantagens do home office, além de eu poder dar e com ambas ao longo do dia.
Nossas filhas mudaram nossos hábitos e rotinas, mas também entraram neles. Vão conosco à missa todos os dias, para a adoração semanal. Na maioria das vezes estou com uma em minha oração pessoal ou estudo bíblico, colocamos o terço para que rezem juntos e na oração sobre os alimentos, sempre pedimos à São José que providencie no lar de cada criancinha. Além das atividades no Shalom, saídas a eio – que são diferentes – mas não deixamos de ter e, é claro, na única coisa que elas assistem de tela: os jogos do Athletico Paranaense comigo.
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Estes dias ouvi que todo membro da Comunidade de Aliança vive cansado e que pais de filhos pequenos devem ser ainda mais. Não me lembro a última vez em que tive uma noite inteira de sono ou um dia em que não fosse corrido para conciliar tantas coisas. Em meus cansaços e fraquezas, a primeira coisa que vem à mente é: “e se eu deixasse a Comunidade, pois são tantos compromissos e com as crianças fica tão desafiante e cansativo viver bem tudo o que nos comprometemos” e então uma frase, que veio de uma oração, me retorna “Deus não é incoerente. Não me daria um carisma específico e uma vocação paterna para que um competisse com o outro. Se ele me chamou, me dará a graça de vivê-los.”
Ao ar do tempo, fui aprendendo a parar de reclamar e ei a louvar, por ter que levantar várias vezes a noite, não ter um momento para mim, ser sempre tão demandado. Fui entendendo que não sou uma máquina, perfeita, que viveria tudo 100% todos os dias e teria tudo ao meu controle e que, a minha vida e preocupações nunca mais seriam as mesmas de quando solteiro ou sem filhos e isso não é algo ruim, pelo contrário.
A cada manhã, ao receber o sorriso e abraço delas ou nas brincadeiras que fazemos, esqueço toda a insônia da noite e vejo que grande alegria e benção são os filhos, de saber que sou coparticipante de Deus em ter gerado a vida e dar vida a elas a cada dia.
Minhas filhas fizeram isso comigo: me transformaram; me fizeram ver o mundo com outros olhos; entender o que realmente é importante, que não é ter a ‘minha liberdade’ para fazer o que quiser, ter posses, entre outras coisas; me fizeram entender que a alegria da vida não está em ser amado e servido, mas sim o contrário, especificamente neste caso, em amá-las, mesmo diante de todo o cansaço, em ensiná-las o que é reto diante de Deus e em criá-las para o céu.
Gustavo Sousa
Consagrado na Comunidade Aliança
Missão Rio de Janeiro
Participe do itinerário pra descobrir a sua vocação 1m6h2g
Como serão esses 60 dias? ⚠️
✅ Cada dia será uma agem bíblica diferente, com uma motivação vocacional própria.
✅ Dividimos esse caminho em ciclos: serão 6 ciclos, cada um com 10 dias, percorrendo os questionamentos e movimentos de um coração em meio aos seus conflitos vocacionais.
✅ No início e no fim de cada ciclo, vamos trazer aqui as questões vocacionais encarnadas na vida daqueles que responderam com alegria ao chamado de Deus: os santos! Veremos o testemunho de São Francisco, Santa Teresinha, Santo Agostinho, Santa Teresa de Calcutá, entre outros.
✅ Os temas de cada ciclo foram escolhidos tomando como base as experiências de muitos missionários, dos santos e dos mártires, a fim de enriquecê-los.
✅ Ao final de cada ciclo, você será convidado a fazer uma revisão de vida e de tudo que se viu até então, refletindo quais os dar e quais respostas de maturidade e adesão você tem conseguido dar nesse caminho vocacional.
Que belo testemunho Gustavo! Deus abençoe sua família! Shalom!